Hidráulica - Ambiente
As atuais ETAR de Ortiga I e II são constituídas por unidades compactas enterradas, estando as mesmas em mau estado de conservação, não tendo deste modo capacidade de tratamento para os aglomerados a servir. Tendo em conta os requisitos de qualidade exigidos atualmente para o efluente descarregado, ao espaço disponível para implantação, ao tipo de tratamento atualmente existentes nas ETAR e ao estado de conservação das instalações, afigura-se técnica e economicamente mais vantajosa a substituição integral das ETAR existentes, assim como a adoção de uma nova configuração do subsistema de saneamento, devendo a nova ETAR basear-se num sistema de lamas ativadas.
Nos locais das atuais ETAR (Ortiga I e Ortiga II), será construído um sistema de elevação, mais precisamente uma estação elevatória na Ortiga I e uma estação elevatória na Ortiga II.
A Estação de Tratamento de Água Residuais (ETAR) de Ortiga concelho de Mação será executada de raiz num local próximo da povoação.
As soluções de tratamento preconizadas terão em consideração os objetivos de qualidade para os efluentes a descarregar no meio recetor, os quantitativos populacionais, bem como os caudais afluente, atuais e futuros, a linha de tratamento retendida, as regras e critérios identificados como vinculativos no Caderno de Encargos e o espaço disponível para a implantação das soluções.
Na conceção da solução objeto da presente proposta tomou-se em linha de conta a seleção de materiais e equipamentos eletromecânicos propostos, os quais são caracterizados por um elevado nível de qualidade e no qual pontuam elevados índices de robustez e resistência mecânica e química.
A ETAR de Ortiga é dimensionada, quer em termos hidráulicos quer em termos processuais, para dar resposta a um equivalente populacional de 630 habitantes.
Na ETAR projetada, o princípio de funcionamento adotado corresponde ao tratamento biológico por sistemas de lamas ativas em regime de arejamento prolongado. Neste contexto, individualiza-se uma linha de tratamento da fase líquida com recurso a um reator biológico com zona anóxica.
No que respeita à fase líquida, as águas residuais brutas afluirão à obra de entrada que disporá de uma estação elevatória para bombar o efluente a uma unidade compacta para efetuar os processos de tamisação e desarenamento. Entre o processo de tamisagem e remoção de areias e a anterior estação elevatória, proceder-se-á à quantificação do caudal de águas residuais brutas afluentes à instalação, recorrendo para o efeito a um medidor de caudal eletromagnético.
De seguida a água residual é encaminhada para a etapa de tratamento biológico que integra os seguintes elementos:
· Reator biológico com zona anóxica;
· Decantador secundário lamelar.
O efluente final clarificado e tratado é descarregado em meio hídrico conforme supramencionado.
No que diz respeito à fase sólida, o tratamento inicia-se na etapa de decantação no decantador secundário lamelar continuando com o espessamento gravítico das lamas em excesso num silo espessador de planta tronco-cónica com diâmetro de 2.5 m e inclinação de fundo de 60º.
A extração de lamas será feita por via gravítica desde o vértice do cone. O silo espessador possuirá uma ligação para descarga no veículo de transporte de lamas espessadas para outra ETAR da EPAL de maior dimensão, bem como 3 tomas com as respetivas válvulas para controlo da sedimentação das lamas.
No que respeita à fase gasosa, apenas se previu a sua aplicação nas estações elevatórias.
O sistema de desodorização aplicado corresponde a um sistema de desodorização por filtro de carvão ativado, sendo que os valores de H2S à saída do filtro deverão ser inferiores a 0.1 ppm e a duração de meio de enchimento de 12 meses.
A ETAR possui também de um edifício técnico de Exploração que terá como divisões um WC com duche, sala de quadros elétricos, laboratório e uma divisão onde serão instalados os sopradores de arejamento aos difusores.